sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ópera no mosteiro de Tibães



Desejo

Atrás de cortinas transparentes de vaidade
entre ofusca estampas de orgulho,
mesmo assim queria te ver,
matar essa vontade de olhar o cansaço

que se fez presente com minha presença.

Esse sentimento tanto de sufoco,
mesmo assim queria te ver.


A saudade se fez real, dos olhos, do andar,
da boca que me mordeu de paixão
uma só noite de euforia,
mesmo assim queria te ver.


Para desenterrar a sede de teu colo
o afago cheio de dúvidas,
transcorridos pelos dedos que buscaram
incessantes os desejos,
mesmo assim queria te ver.


Percorrer a relva macia e os montes claros
que um dia, apenas, se fez em sonhos.


Caminhar os mesmos caminhos
e dividir o sorriso e o pranto alegre
mesmo que depois o aperto do sofrer
viesse ao meu encontro
e o teu corpo, mais uma vez, me fugisse,
mesmo assim queria te ver.


                                            (Nica Barros)





Um comentário:

Unknown disse...

Lindo poema,conta a história de um sentimento sofrido...mas cheio de saudades...gostei.👍