Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas - as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em minhas sete vidas - e corri sem máscaras pelas ruas cheias de gente, gritando:
“Ladrões, ladrões, malditos ladrões!
”Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou:
“É um louco!”.
Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei:
“Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!
”Assim me tornei louco.E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós." (Khalil Gibran)
quinta-feira, 28 de junho de 2012
O LOUCO
Postado por
Wlahilma de Queiroz
às
22:23

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